quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Versos de um Processo

Versos de um Processo


Excelentíssimo Senhor Juiz
Da Vara Cível
Da Comarca de Ferros Velhos
Vos solicito
A impugnação da Contestação
Visto que o Requerido diz
Que o Autor alterou  as verdades dos Fatos
E não há Méritos Meritíssimo
Pois tudo foi adulterado
E por essas, e outras razões
Peço que seja responsabilidade
Não nega o ocorrido
[O acidente envolvendo eles]
[Autor e o Requerido]
Mas afirma
Que as provas apresentadas nos Autos... Eram falsas
Na tentativa de induzir
Esta Justiça ao erro
Para obter... Vantagens Indevidas...
I Verbis
Senhor Juiz Julgador,
Se observarmos as Fotos da Vítima
Antes, e depois do Acidente
[Causado pela irresponsabilidade do Réu]
Réu inconfesso
Embriagado
Fato que já é rotineiro em sua Vida
Chegaremos a triste conclusão
[E verdadeira]
A vítima jamais será a mesma
Aleijado de um Braço
Tamanha a crueldade de seu Carrasco
Quando devido a embriagues
Veio atropela-lo
Condenando-o
A invalidez permanente
E ficando assim:
Traumatizado!
Excluído!
Sem a menor condição Física, e Psíquica
[De se parDo não!]
[Nem marFu lhosBagu]
Para voltar a integrar-se... A Sociedade
[Mesmo aquela]
[Que nós admitimos ser... Alternativa]
E é lastimável ler-se um peça
Aonde um profissional do Direito
Tenta defender seu cliente
Tirando a culpa deste
Querendo transferi-la para a Vítima
Que seu único erro é ser
Filho de Família humilde
E não gozar de influências Médicas
Tal qual o Capitão Médico
Desta Polícia de Ferros Velhos
O Dr, Ademar... Que é Réu
E que usando de todos meios ilícitos
E intimidando a Família do Autor
Para que este não movesse a presente ação
Achando-se todo poderoso
E até zombando da Justiça
Vem em sua contestação alegar
Que todas as provas
E Fatos juntados aos Autos... Sejam mentirosos
[Como aquilo que feriu]
[O Princípio da Segurabilidade Jurídica]
[O acordo feito]
[Sob Litigância de Má Fé]
Mas isto não consta em nenhum Arquivo
[Que o atropelado estava “Doido”]
[Que confundiu Faróis; com Duas Motos]
[Que dirigia rápido seu Biciclo]
[E que não estava parado no acostamento]
[E namorando]
Por que a sua Namorada não foi... Atropelada junto
Por que eu tenha que pagar... Pensão de Alimentos
Se ele não é meu Filho
Se nunca fui “Casado” com sua Mãe
Se na época dos Fatos a Legislação era completamente outra
Não havia Lei Seca
Nem... Maria da Penha
E os Acidentes de Trânsito ditavam... Seguros de Terceiros
Se ele recebeu! Não sei
Ou se ele o dividiu... Com o Advogado
“Casado” com sua irmã menor
E o que me consta, é quê
Eu fui chamado pela Vara Cível da Comarca
[E paguei]
[Pela segunda vez]
[Sem que pudesse sequer questionar]
[Dez Mil Reais por indenização]
Em ‘suávidas’... Quatro prestações Mensais
[Mas era a Lei]
E a chantagem habitual cobrava-me... Quinhentos Mil
Eu deveria ser para eles... Muito Rico!
Eu era Médico
E o BOAT era um álibi
E o álcool era um Hálito
Que minunciosamente
Três “Testemunhas”
O detectou... No tipo da Letra, e na Cor da Tinta
Da mesma Caneta
Que o Sargento Mozart declarou
O Boletim de Ocorrência de Acidente de Trânsito [BOAT]
Pois eu era muito “querido” na Polícia
E meu nobre Advogado se “equivocou”
Ninguém falou
Na tentativa de Linchamento
Ninguém falou
Na precariedade de uma Pista estreita
Ninguém falou
Que a poucos Metros dali
Eu deveria sinalizar... Para entrar a Esquerda
O que implica
Velocidade mínima, ou parar
Na dependência das circunstâncias
Mas criaram até
Um Meio Fio
E neste Meio Fio, um rapaz parado
Abraçado com seu “Amor”
Criaram até um Doc... Vindo de DETRAN
Que Verbis o Dito:
Que o Veículo do Condutor
Encontrava-se a 400 mts
Da Esquina da Residência do Réu
Que tentava se recuperar
Do Álcool por ele ingerido
Para amenizar a sua culpa
Acobertado por seus subordinados
Policiais presentes na Ocorrência
E para finalizar... Exalta-se o Lírico
Para minimizar:
Aquilo que é ridículo
Aquilo que é Patético
O Réu vinha no Carro Cinza... Embriagado e em alta Velocidade na Contra Mão... E atropelou o Rapaz que vinha na Bicicleta [mas ele não estava parado no Meio fio! E apaixonado... Meu Amor!] Eu vi tudo porque eu estava ao lado dele [Como! És um Espírito?] e poderia ter sido eu.
Isto é refrão meu bem!
Virou moda neste Circo
Onde si Verbis
É vergonhoso na visão
De Documentos vindos do COPOM
Ver o que assina a Major responsável
Onde diz que
Conforme contato com o SGT João
O Major Ademar
Não externou atos que viesse
A ser entendidos
Como omissão de socorro a vítima
Nem se omitiu a acompanhar
Os atos decorrentes e necessários
Ao registro da ocorrência
Sendo a vítima socorrida por uma ambulância
[Será que ele queria um Navio]
[Será que ele queria uma Nave Espacial]
[Será que ele queria uma UTI do Ar]
[Ou um Porta Aviões]
Ou a visita inopinada do Homem Aranha
Ou a presença do Super Man
[Todo mundo sonha]
Como reservo-lhe o Direito de pensar
Que encontrou enfim a sapiência
E elimou
Aquilo que o azucrina... O Contraditório
Que em Negrito explicita-se
O Réu prova a sua influência
Junto ao órgão que presta serviços como Médico
Engana-se meu irmão!
O Tempo trás de volta as coisas
E teu Nobre Julgador... Haverá de ver
O Monte de Mentiras infundadas
E sem nenhum suporte legal
[Segundo a tua Apoteose]
E que Verbis
Havia a intenção de justificar
Ou amenizar... O Ato irresponsável, e criminoso
Praticado pelo Réu
Que por ocupar um alto posto
E no uso de sua influência tenta, ou tentou
Confundir a Justiça
Achando que sairia ileso
Do Crime que cometeu
E te pergunto?
Quem? Alta Madrugada
Depois de se submeter a exame de Corpo de Delito
Compareceu ao Hospital
E selou de vez o Diagnóstico da Vítima
Juro! Que seja eu
E deixei um Bilhête no prontuário do Paciente
[Faz parte da Ética]
Caro Colega Médico!
Salvo Maior Juízo...
Este Paciente é portador... De lesão de Plexo Braqueal
É recomendável
Ou se faz necessário... U!U!
Transferência para Tratamento Fora de Domicílio... TFD
Isto se fez?
Não!
E concederam Alta Hospitalar... Três Dias após
Sem a realização de nenhum Exame
Dentro, ou fora... Da Especialidade
Eu passei um Ano
Dando assistência ao Paciente no meu Convênio
Sem que ele fosse meu dependente
Eu! E um Fisioterapeuta amigo
Com aplicações de Correntes Galvânicas
E clandestinamente Mano!
Longe dos Olhares insensíveis
E ainda Hoje!
Duvido que essa lesão... Seja de Tronco
E naquela época Mano
O destino seria... Hospital Sarah Kubitschek
Isto é uma Peça de um Processo... E nesta peça peço... Despedidas.... Eu! O Pagador de Promessas...... O Caçador de Sonhos... O Poeta do Aburdo II... Que poderia vos dizer assim... Quanto vale uma Vida? E responder-lhe assim... Não há valor que pague... Mas o que parece-me é que alguém determinou... Se Pobre! E se for parecida... Morte, e Vda Severina; vale... Oitenta Mil Reais se não me engano... Algumas valem menos na Pistolagem... E algumas valem muito mais... Na Maruagem... Nas Mumunhas que muita gente inventa... E de repente alguém se propõe por uma Aposentadoria... Jogar-se de encontro a um Veículo Auto-motor... Franco “atirador” que se ilude... DPVAT... E nos “Finalmentes”... Recorrem as Varas Cíveis... Não lhes custa tentar uma Idenização... E a Solidariedade da Justiça Social vem... Porque a Previdência Social está quase falida... Este Rapaz por exemplo... Recebe Meio Salário Mínimo por que havia entrado na relação de Contribuintes por apenas Seis Meses... E além de idenizá-lo [independente dos impropérios]... Como os rigores da Lei Seca, nem ela própria existia... Criaram um armengue... E o introduziram nas minhas Pensões de Alimentos... Como Acordo... Dizem... E para não entrar na Lei Maria da Penha... Vejo-me na necessidade de uma revisão neste acordo... Eu pago a mais do que a Previdência... Eu estou penalizando as minhas próprias Filhas... Formadas... Na Maioridade... Na minha Velhice... E não posso me livrar dessa incoerência... Inclusa como Pensão de Alimentos... Com determinação que seja vitalícia... Baita acordo... E nem sei como declarar no meu Imposto de Renda... O Cara é meu Filho? Ou não é? Aonde está o Princípio que o incorpore? E o pior... Se eu morrer... Morre o acordo... Que Diabo de Pensão Vitalícia é esta? Estaria correta sim... Se eu morrer... Ele deveria continuar recebendo até o fim da sua Vida... E o mais engraçado deste aplicativo de Justiça... Eu não posso morrer... Sei que ele tem seus “Bicos”... Sei que têm muitos aposentados na função de Forças Tarefas; na função de Serviços Prestados... Mas ele não possui qualificação para isto... Anão ser na Clandestinidade... Tomara que continue... Eu nunca me preocupei com isto... Eu só não sei, se ele vai compreender quando eu morrer um Dia... Talvez xingue minha Mãe... Talvez me mande pros Infernos... Mas de quem é a culpa? Claro que é da Justiça... Que sem nenhum embasamento Legal... O introduziu numa alícota equivalente a 6% do valor bruto de meu Salário... Mais da metade de um Salário Mínimo... Eu sou o complemento da Previdência Social... Para ele... Neste exato momento... Até quando? Dizem que a Lei não retroage para prejudicar... Mas retroagirá para comigo? Quase Cego... Já não não ando tanto... A Fotofobia me apavora... As Neuropatias azucrinam-me... E qualquer surto Reacional de Hanseníase... Possa trazer complicações... Nas Cirurgias previstas... Emulsificações de Cataratas... Reze por mim meu amigo... Mas eu vou tentar anular este acordo... Poderemos fazer outro... Pouco me importa... Mas uma coisa é certa.... Eu não quero morrer com a Cara de Bobo.... Como seu Advogado quer... Eu não quero morrer com a alcunha de criminoso... E o que aconteceu, foi um Acidente... E você! O maior culpado... Lembre-se sempre disto... Combinado!
Sem mais

Dr. Ademar Raimundo de Barros

Abalado!
Decomposto!
Deprimido! Andei dando Vistas ao Processo
E para minha decepção
[Tantas mentiras]
E para minha perplexidade
Quanto Cinismo!
Quantas alegações pejorativas!
Quantas alusões exageradas!
Quantas afirmações contraditórias!
Quantos Vícios!
Calcados na Teoria do “Coitadinho”
Que no uso indevido, e intempestivo,
Do Direito Salomônico... Enfatizam este Adjetivo Classificativo
Aleijado! Aleijado! Aleijado!
Mas a Justiça aceita
[Faz parte do Palco]
É uma forma de satisfazer... A Opinião Pública
É uma forma de se iludir... A Justiça foi feita
Mentiras são confetes de verdades
Quanto mais pertinaz... Ela possa ser; ou seja
Pois para a Justiça Brasileira
“ O pobre coitado” sempre será visto... De uma Maneira ambígua
Assassino! Assassino! Assassino!
Quando a Maioridade consta
Assassino! Assassino! Assassino!
Quando sua Cor for Negra
[E se nada conste; se arranja]
Parangas do Narcotráfico
E se for Menor de Idade... Justifique-se
[Pobre coitado]
Vítima da própria Sociedade... Inocente-se
E se for Vítima deste Trânsito desorganizado
Deus nos Salve!
O condutor que atender a vítima... É linchado, ou Morto
E se não tenha esta chance
Movido por qualquer motivo Psicológico
Ou por qualquer dano que venha;
Danificar o funcionamento do Veículo Auto Motor
Que atingiu a Vítima
[Mesmo que culpa esta tenha]
Ele vai ter acesso ao Visto que lhe condena para o resto da Vida
Criminoso! Criminoso! Criminoso!
E se a Vítima vier morrer... Assassino! Assassino! Assassino!
Ou ter de se conter ao ler
Contextos que discriminam-o
Como eu prório li...
O Réu nos ameaçou ao Telefone
A Vítima... Ficou em Estado de Coma por vários Dias
E no Prontuário da Vítima... Nenhuma entrada na UTI
E no Prontuário da Vítima... Analgésicos; e Antibióticos
E no Prontuário da Vítima... Nenhuma informação de Gravidade
E no Prontuário da Vítima
Nenhuma Transferência para Tratamento Fora de Domicílio
E no Prontuário da Vítima
Que vinha em alta Velocidade a meu encontro
Alucinada, e Zonza... Pela Paraneia dos Pecados
[ Ausentes do Prontuário]
[Por que nenhum exame Toxicológico foi efetuado]
[Nem mesmo o Bafométrico]
Pois é proibido recolher da própria
Provas contra si
Mesmo que ela esteja embriagada.
Mas naquela “Madrugada” não dormi... Pensando na Vítima
Procurando em mim... De quem seria a culpa
Meditando assim... Será que ela foi bem atendida?
E muito Cedo da manhã
Eu estava diante da Vítima... Lúcida, e Consciente
Sorria para mim
[Seria impossível que me reconhecesse]
E a examinei
Não poderia deixar por escrito no Prontuário
[A Ética não me permitiria]
Eu estava “Feliz”
Ninguém poderia chamar-me de... Assassino
E selei o Diagnóstico
O Plexo Braquial Esquerdo fora lesionado
E deixei um Bilhete de orientação
O que fizeram?
Nada! Nada! Nada! Absolutamente nada
Nem a transferiram para um Hospital de referência
Para Tratamento Fora de Domicílio... Na fase Aguda
Processaram o Estado?
Não?
E no transcorrer de poucos Anos
Fui processado na Justiça com a rotulação equivalente a...
Negligente
Imprudente
Carrasco
Inútil ébrio... Álcool Dependente
Irresponsável
E Prepotente
Até aliciei Policiais
Até ameacei Familiares
E não me compadeci do “Inocente”
Mas pago até hoje; o que não estava estabelecido na Lei
Antes da Lei Seca
Antes da Lei Maria da Penha
E tenho descontado em Folha por força de um acordo
Pensão de Alimentos
Com conotação de Vitalícia
Que para ironizar a quem me impôs... Pergunto:
Por que a cessação
Depois de minha minha Morte?
É Blefe?
Ou é Armengue?
O que será deste Rapaz... Quando chegar a Velhice
E se eu morrer?
Qual Princípio de Segurabilidade venha justificar a Lei
Para a manutenção deste acordo feito aleatoriamente
E respaldado em quê...
Sou muito Homem para retificar um acordo má feito pela Lei
Mesmo em uso da Litigância de má Fé
Porém... Dentro da razoabilidade
Sacou!
Ou estão ainda alucinados
Pelo Coma Protraído
Mentiroso
Inventado
Escondido
Em Arquivos... E Papéis


                                   Dr. Ademar Raimundo de Barros.