segunda-feira, 29 de junho de 2015

Pantologia Poética

Pantologia Poética



É fósforo cara!
E ser Berílio, ou Bário... Sem eu ser
Quando meu Carbono,
Nem Radioativo, é!
E como CO2... Nem penso ser O3,
Como...
Ele, e ela.
Eles e elas são,
Serpentes de Homens, e Evas... They
Sapiens! Sapiens! Sapiens

É Chumbo cara!
E hoje ser Iodo, ou Bismuto.
Mas hoje há quem diga; eu ser,
Arsênio, ou Silício,
Enxôfre, ou Telúrico.
Mas há quem pense eu ser,
Filho do Boro,
E do Selênio ser... Primo legítimo,
Com traços pareceidos com Netúnio,
Ensimesmado, e pouco conhecido.

É Ácido cara!
Sempre propenso a reagir com Bases
E ver sugir qual Sal?
Sulfatos, ou Cloretos, ou Sulfitos.
Ou da escuridão... Qual rutilância?
Que possam ter... Lítio, Berílio, e Zinco.
Que desde a epigênese da infância Química
Vê! O Manganês, e Ferro...
Silício! Salpicos de Carbono
Apoteóticos! Transformados! Aço... Aço!

É Russo moço!
Quebrar Granito, e colher... Cascalho
Por que não quis nem ser
Nem ósmio
Nem Irídio
Quis ser... Só escassez, ou excesso.
De: Sódio, Magnésio, e Cálcio.
E que fazer? Quando o Potássio vem
Com essa obsessão por Cloro
A imaginação... Só vê! Cloretos

É Rádio cara!
É “Flórida”!
Viver a influência má dos signos do Zodíaco
Sem ter o brilho, e a cor do Césio.
Sem o furor do Ítrio
Sem o calor do Cobre
Sem o mormaço... Do Cobalto, e Cromo.
E deixar-se ficar... Estrôncio, ou Zircônio,
Terno como o Núbio... Com a “moleza” do Mobilidênio

Profundíssimo ser... Hipocondríaco
Nobre! Tal qual Hélio, ou Neônio.
Mas que Argônio argumentou,
Em... ‘Disse-me-”disse”
E Criptônio contestou...
Xenônio!
Chama por Radônio; e pede.
Ajuda de Ununoctio
Este ambiente aqui
Nunca foi assim... Repugnante

É “Ripa” cara!
Não na “Chulipa” Cara! É “Pau-Lasqueira”
E que fazer do Gálio, e do Alumínio.
E Do... Estanho, Enxôfre, e do Arsênio.
Do Antimônio... E do Polônio bruto
E da sisudez do Índio, e da do, Cádimo.
Germânio, já nem quer saber de Tálio.
E Rutênio, e Rênio; não se unem a Ródio.
E se Irídio grita... Tungstênio cala
Greve Geral... E ‘Apagão “No claro”

É osso cara!
Encara! Tá “frouxo”! Dá pra ti!
E a Platina não quer mais ver ossos
Sobe-lhe à Boca ânsia análoga à ânsia
De quem procura
O Ouro
A Prata
E o Mercúrio não alisa; é liso.
E pergunta a Túlio, que pergunta a Tálio...
Que perscuta Frâncio... E agora?

Plutônio comemora
Sou a Bomba! Ôba!
Nobélio diz para Laurêncio
Que já ouviu Lutécio
Que mal olhou Neodimio, nem quis ouvir... Promécio
Itérbio é novo pra convencer Einstênio
E Mendelévio é Cério Praseodimio
E Califórnio, e Férmio.
Não escutam Cúrio, nem Európio.
Talvez Samário seja mais Disprósio

É Sangue cara!
Que se escorre da boca de um Cardíaco
Quando... Em Edema Agudo Pulmonar
E sangue escorrerá
Com, ou sem Oxigênio do Ar.
Gás Carbônico não é
Nitrogênio! Será?
Hidrogênio! Pra quê?
Será Astato? Será Urânio? Será Plutônio?
Que levem aos vermes estes operários das ruínas

E o sangue podre das carnificinas,
Venham contaminar
Os metais Alcalinos... E Alcalinos Terrosos
E Halogênios
E Calcogênios juntos
Corram! Morram!
E à vida Geral declarem Guerra
Mas Elétrons!
Não mexam com os Nobres
Esses elementos saturados
Que andam a espreitar meus olhos
E a seguir até meus pensamentos
Para roê-los não! Para contê-los
Aos outros! Vão deixar
Ossos! Cabelos!
Na frialdade inorgânica da Terra
Por cima do próprio solo
Abaixo do barro em fossos
Enterros feitos entulhos... Todos numa Cova só
... Se isto ainda for possível
Pois é mais provável que nem isto possa mais acontecer
E se acontecer...
Ainda diremos nós
Misericordioso sejais vós Senhor meu Deus!
Pois foi cumprida... A nossa vontade

                                  Dr. Ademar Raimundo de Barros.

Comentários do Autor: Tenham este Poema como Paródia, pois parto da Poesia de Augusto dos Anjos, na tentativa de expor em Concretismo; o que entre linhas ele explícita em Lírico, independente do Campo Psi “Depressivo”, marca registrada na Antologia Poética deste Poeta; e vejamos o que diz em: “Psicologia de um vencido”...

Eu, filho do Carbono e do Amoníaco
Monstro da escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme – este operário das ruínas
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos pra roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos
Na frialdade inorgânica da terra!
               
                                                   Augusto dos Anjos.

“Posso não ser entendido, mas tudo bem; Júio Verne não o foi, Galileu; nem preciso citar, e seria inútil entrar no conectivo das; ‘Partículas de Deus”, mas valeu-mo a pena tentar parodiando os Átomos, na tentativa de encontrar qualquer conecção com estilo Poético do Poeta Paraibano; Augusto dos Anjos, não tanto de forma fictícia, mas em Prosa com o existencial, hoje; e com a Tabela dos Elementos Químicos em vigor.

Como alegoria de compreensão se... De Zé Ramalho, “A Terceira Lâmina”.





Dr. Ademar Raimundo de Barros. 

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