Espelhos
Como num jogo de
espelhos
Este sou eu...
Olho-me!
Você; é você...
Olhe-se
E que possa
entender
Que somos
parecidos
Não! Iguais
Nem! Nestas
nossas imagens invertidas
Refletidas nestes
espelhos planos
Onde não somos Côncavos
Nem Convexos
Nem nos
encaixamos
Um; no outro.
Você! O Ser
Eu! O... Não Ser
Não sei se me
proponha ser... E até quando
Discutido
Pervertido
Excluído
Diferenciado
Convicto
redesignado de mim próprio
Mas se não sou
Senhor
Sigo “escravo”
Deste meu corpo físico
E de meus
pensamentos
Escravo que não
me fiz
Mas que tanto
tentastes
Quando
imaginastes que...
Poder; pudesses
me reter:
Por Elos
Por esses anéis
Por esses dedos
Pelos meus pés
retidos pelo medo
Ou por tuas mãos
Postas em
pensamentos
Pois a dominação
faz parte dos teus “zelos”
Manhas de teus
caprichos
Modos dos teus “Modelos”
Nas tuas orações...
Vi contra sensos
E quanto mais que
tentes; me “prender”.
Eu! Me recurso
De mágoas que ficaram...
Eu me envolvo
E quando me desprezo;
te desprezo.
Pois olho o meu
espelho
E não te vejo
Tão próximo a mim
Mas;
diferencia-se,
Do que penso
Do que quero
Do que acho
Do que possa
sentir... Mas não encontro
A Otimização dos
outros sentidos
E por mais
absurdo que possa ser; ou seja,
Tu és meu pai
E sou teu próprio
filho
Criado! Mudo
cego, e sem ouvidos,
Quando bem posso
ver
Falar
Ouvir
Questionar... O
que me faz sentido
Daí... O meu
Caminho é; um,
O teu... É; outro
E como te seguir
se tens...
Teus passos
longos
Como te
acompanhar; se meus passos são curtos.
E quando piso no
chão
Vejo-te... Flutuando
E como ouvir tua
voz; se... Nem minha voz escutas
Que culpa possa
eu ter; se sigo o claro,
Quando teus olhos
buscam...
Lados obscuros
Nos absconsos Céus,
e Paraísos.
E quebra-se meu
sorriso
E “entorpecido”!
Louco!
Imaginando!
Eu! Acordado...
Aonde vai a multidão sonhando
Seguindo a lenta
Litania dos “desesperados”
E maquiados
tantos
Espelhos das
vitrines do pecado
Atores da Oratória
Que por Dialética
criam a ilusão
Eu! Sou o Pastor
Vocês! O Trigo
O resto... O Joio
Valeu-mo a pena
Dar o milho... Aos
pombos
Mas ser cordeiro,
nunca foi meu sonho.
Dr. Ademar Raimundo
de Barros.
Comentários do
Autor: Este comentário serve-se de resposta à exclusão do todo em: Tentação dos
“Deuses”; e mais uma vez, meus elogios a Literatura Brasileira; mui
especialmente a Bela Letra Editora, pela Publicação do Livro; Pulmão de Aço –
uma vida no maior Hospital do Brasil, escrito por Eliana Zagui: que neste
trabalho incorpora-se a História da Medicina Mundial, colocando em foco com
maestria em detalhes: o princípio original da Medicina Intensivista (UTI), em
função da Epidemia Mundial de Poliomielite, bem antes do advento feliz da
descoberta da vacina específica para a erradicação da Doença.
Peço permissão a
Editora para a divulgação de detalhes das fls, 89, 79/80, para melhor
sedimentação do comentário, e informando que ainda estou a ler (não terminei
ainda) o Livro.
A gente
acompanhava tudo pela TV nova e achava o máximo. Numa visita, um pai sob a
existência do aparelho, armou um pampeiro no Hospital. Dizia que a televisão
era coisa do Demônio. Queria que a TV fosse retirada do quarto.
Nas poucas vezes
em que seus pais apareciam (no transcurso de anos), arrumavam confusão. Eram
religiosos. Tinham mais de Dez filhos e se mostravam intransigentes em vários
aspectos da vida no Hospital. Achavam que a educação que ela recebia (mesmo em
vida vegetativa – me desculpem) tinha que ser a mesma que ela teria em casa,
ela não podia assistir à Televisão ou ver peça infantil. Era inadequado para
ela, mas mesmo assim; ela os amava. Procurava justificar a ausência dos pais
com argumentos de que moravam longe.
Já com Dez ou
Onze anos, começamos a ter aulas. Uma professora nos deu as primeiras lições de
Geografia.
E ela aproveitou:
-Tia, a casa de meus
pais é no Brasil?
- É sim menina.
Eles são aqui da Cidade de Campo Limpo Paulista, próxima a São Paulo.
- Mas isto é
muito longe, perguntou a menina?
- Não menina. É
perto.
- É como a casa
de Fulana?
- Não! Pense
assim: para virem para cá, os pais de Fulana demoram cinco horas. Saem de manhã
e chegam só depois do almoço. Os seus pais, se saíssem no mesmo horário,
chegariam aqui em uma hora, antes que vocês tomarem banho... E a menina chorou
durante semanas.
Leiam este Livro,
pelo Amor de Deus! E não se lembrem de só do Pulmão de Aço... Lembre-se de uma
Medicina feita com Amor; lembrem-se do sofrimento de tantas vidas; e que
qualquer um de nós, poderemos estar amanhã em situações iguais, ou parecidas; e
esquecidos até! Por aqueles que fazem parte das nossas vidas.
Sem mais; um abraço
dos, Desastrolados do Desconhecido.
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