domingo, 12 de julho de 2015

Espelhos

 Espelhos


Como num jogo de espelhos
Este sou eu... Olho-me!
Você; é você... Olhe-se
E que possa entender
Que somos parecidos
Não! Iguais
Nem! Nestas nossas imagens invertidas
Refletidas nestes espelhos planos
Onde não somos Côncavos
Nem Convexos
Nem nos encaixamos
Um; no outro.
Você! O Ser
Eu! O... Não Ser
Não sei se me proponha ser... E até quando
Discutido
Pervertido
Excluído
Diferenciado
Convicto redesignado de mim próprio
Mas se não sou Senhor
Sigo “escravo”
Deste meu corpo físico
E de meus pensamentos

Escravo que não me fiz
Mas que tanto tentastes
Quando imaginastes que...
Poder; pudesses me reter:
Por Elos
Por esses anéis
Por esses dedos
Pelos meus pés retidos pelo medo
Ou por tuas mãos
Postas em pensamentos
Pois a dominação faz parte dos teus “zelos”
Manhas de teus caprichos
Modos dos teus “Modelos”
Nas tuas orações... Vi contra sensos
E quanto mais que tentes; me “prender”.
Eu! Me recurso
De mágoas que ficaram... Eu me envolvo
E quando me desprezo; te desprezo.

Pois olho o meu espelho
E não te vejo
Tão próximo a mim
Mas; diferencia-se,
Do que penso
Do que quero
Do que acho
Do que possa sentir... Mas não encontro
A Otimização dos outros sentidos
E por mais absurdo que possa ser; ou seja,
Tu és meu pai
E sou teu próprio filho
Criado! Mudo cego, e sem ouvidos,
Quando bem posso ver
Falar
Ouvir
Questionar... O que me faz sentido
Daí... O meu Caminho é; um,
O teu... É; outro

E como te seguir se tens...
Teus passos longos
Como te acompanhar; se meus passos são curtos.
E quando piso no chão
Vejo-te... Flutuando
E como ouvir tua voz; se... Nem minha voz escutas
Que culpa possa eu ter; se sigo o claro,
Quando teus olhos buscam...
Lados obscuros
Nos absconsos Céus, e Paraísos.
E quebra-se meu sorriso
E “entorpecido”!
Louco!
Imaginando!
Eu! Acordado... Aonde vai a multidão sonhando
Seguindo a lenta Litania dos “desesperados”
E maquiados tantos
Espelhos das vitrines do pecado
Atores da Oratória
Que por Dialética criam a ilusão
Eu! Sou o Pastor
Vocês! O Trigo
O resto... O Joio
Valeu-mo a pena
Dar o milho... Aos pombos
Mas ser cordeiro, nunca foi meu sonho.

                          Dr. Ademar Raimundo de Barros.




Comentários do Autor: Este comentário serve-se de resposta à exclusão do todo em: Tentação dos “Deuses”; e mais uma vez, meus elogios a Literatura Brasileira; mui especialmente a Bela Letra Editora, pela Publicação do Livro; Pulmão de Aço – uma vida no maior Hospital do Brasil, escrito por Eliana Zagui: que neste trabalho incorpora-se a História da Medicina Mundial, colocando em foco com maestria em detalhes: o princípio original da Medicina Intensivista (UTI), em função da Epidemia Mundial de Poliomielite, bem antes do advento feliz da descoberta da vacina específica para a erradicação da Doença.
Peço permissão a Editora para a divulgação de detalhes das fls, 89, 79/80, para melhor sedimentação do comentário, e informando que ainda estou a ler (não terminei ainda) o Livro.
A gente acompanhava tudo pela TV nova e achava o máximo. Numa visita, um pai sob a existência do aparelho, armou um pampeiro no Hospital. Dizia que a televisão era coisa do Demônio. Queria que a TV fosse retirada do quarto.
Nas poucas vezes em que seus pais apareciam (no transcurso de anos), arrumavam confusão. Eram religiosos. Tinham mais de Dez filhos e se mostravam intransigentes em vários aspectos da vida no Hospital. Achavam que a educação que ela recebia (mesmo em vida vegetativa – me desculpem) tinha que ser a mesma que ela teria em casa, ela não podia assistir à Televisão ou ver peça infantil. Era inadequado para ela, mas mesmo assim; ela os amava. Procurava justificar a ausência dos pais com argumentos de que moravam longe.
Já com Dez ou Onze anos, começamos a ter aulas. Uma professora nos deu as primeiras lições de Geografia.
E ela aproveitou:
-Tia, a casa de meus pais é no Brasil?
- É sim menina. Eles são aqui da Cidade de Campo Limpo Paulista, próxima a São Paulo.
- Mas isto é muito longe, perguntou a menina?
- Não menina. É perto.
- É como a casa de Fulana?
- Não! Pense assim: para virem para cá, os pais de Fulana demoram cinco horas. Saem de manhã e chegam só depois do almoço. Os seus pais, se saíssem no mesmo horário, chegariam aqui em uma hora, antes que vocês tomarem banho... E a menina chorou durante semanas.

Leiam este Livro, pelo Amor de Deus! E não se lembrem de só do Pulmão de Aço... Lembre-se de uma Medicina feita com Amor; lembrem-se do sofrimento de tantas vidas; e que qualquer um de nós, poderemos estar amanhã em situações iguais, ou parecidas; e esquecidos até! Por aqueles que fazem parte das nossas vidas.

Sem mais; um abraço dos, Desastrolados do Desconhecido.

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