quinta-feira, 30 de julho de 2015

Sem Título

                                         Sem Título


Sem Terra
E sem nada
Sem Teto, e sem sua própria Casa
E de Naturalidade duvidosa
Com Nacionalidade biunívoca
Equivocada
Nos termos do Princípio da Segurança Jurídica
Que possa ser maléfica
Mas em tempo não ser revista
E que benefício traga?
Nos termos da Teoria do Fato consumado
Sem culpa daquela Porteira aberta
E sem aquelas Cruzes
Idênticas as outras
Que um Louva a Deus um dia
Ajoelhou-se
Perante uma delas
E de mãos postas olhou pros Céus e rezou
- Deus!
- Será aqui que eu deixe... As minhas últimas lágrimas
- Deus!
- Será aqui que eu finque... As minhas últimas Mágoas
- A minha última angústia
- A minha última ânsia
- Sem que eu confesse a quem
A minha última queixa
E deixe...
[Como sempre deixei]
As mesmas dúvidas
Quantas Carapaças eu vesti?
E quantas foram feitas Cinzas?
Quantas abandonei?
Convicto de que era meu dever... Abandoná-las
No transcorrer das Vidas que vivi
Para depois alçar este “eterno” voo
Em busca do infinitivo como... Heroicos “Kamekazes”
Guerrilheiro por instinto
E por intuito Vagal
Impróprio, e extemporâneo
Que aqui jaz! É Jázigo!
Morreu! Morto, Morrido ou Matado...
Tudo! É a mesma coisa, e ao mesmo Tempo
Todos com seus endo esqueletos
Todos com seus últimos Peri- Espíritos
E a Terra... É Sal, e Sol...
[“Felizes”, e “Infelizes”];
Infelizmente.
E o Mar aborta
E o Mar espera, pois vêm mais...
[Ah! Mediterrâneo]
Quem dera que o Índico te indicasse algo
Que o Pacífico fosse realmente... Pacífico
E que o Atlântico esquecesse o Norte [Por enquanto]
E esquecesse o Sul [Cautelosamente]
É lamentável... O Mar também desterra
E o Vento leva
E o Tempo escuta, e julga...
Mas a História nega
Posto que lhe interessa apenas:
Tanta Glória!
Quanta riqueza!
[Independente de tanta Miséria]
Quanta Fartura!
Tanta Fortuna!
[Independente de qualquer Desgraça]
Tanta certeza!
E no fim da luta... Nada! Nada! Nada!
Mas alguém olha pros Céus, e conta... Tantas Estrelas!
Mas alguém olha pors Céus , e nota...
Que até as Nuvens se disfarçam... Umas, das outras
Uma são volúveis
Outras! Insensíveis, ou indiferentes...
Por que não dizer... Todas são Falsas
E só os Poetas imaginam que algumas... Sejam verdadeiras
Mas alguém chama-lhes a atenção, e clama:
Olhem para a Estrada e vejam!
Tudo! Tudo! Tudo!
Em resumo... Poeira, e Pó!

                     Dr. Ademar Raimundo de Barros.

Comentários do Autor: E no estouro da Boiada; a perplexidade, e a a contemplação do impossível... Meu Deus! E na máxima de Marx... Os trabalhadores não têm Nacionalidades... E no martírio do êxodo... Parem! Como! Como conter a evasão dos Súditos, e de todos os Escravos? E o choro dos órfãos... E o abandono do Exílio... Quais seus motivos, quais causas? E se vazias não são... Pois por uma Cabeça... Buuummm! E a Fuga... Enquanto os Cães ladram nas Estradas; as Caravanas passam ainda... Mas chegará a hora, e nada passará [nem por pensamento]... Pois cada Quadrado; reclamará pelo seu Quadrado... E cada um deverá zelar pelo seu próprio emprego... E o que será dos Novos Degredados em seus Degredos... Quem lhes dará sustento? Quem lhes dará abrigo? De onde virá a Água pelo menos... Para matarem a sede... Qual proteção para o Frio... Quem lhes mitigará a Fome; ou quem venha cuidar de suas feridas... Muitas das quais... Escondidas nas suas próprias Almas... Quando beber qual Vinho... E quem lhes dará? E o som do Universo... Zoomm!... E o Som do Pensamento... Zuuummm! E quantos gritos a ouvir... Enlouqueci! Morri! Quem me enterrará; e onde? E que será o Estado? Quem domará o Medo? E quem será capaz de sobreviver em Paz... Depois de ouvir estrondos... Bum! Bum! Bum! Bum!
[Eu não estou falando em “Fogos de Artifícios”]
Eles virão depois
Muito depois!
Com gritos; De... Vitória! Vitória! Vitória!
[Não sei de quem]

                          Dr. Ademar Raimundo de Barros.


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